Jornada a 4 anos da morte em combate do companheiro anarco niilista Sebastián Oversluij Seguel.
Nesse dia haverá:
– Música ao vivo e embalada.
– Conversas.
– Festa de rua.
– Oficinas.
– Exposição de desenhos do Angry e muito mais.
– Apresentação do livro e vídeo: “El Hoy por el Hoy”.
– Muitas coisas mais (surpresas).
Domingo 07 de Janeiro de 2018, a partir das 12:00 hrs.
Na Población La Victoria (Unidad Popular com 1° de Mayo), especificamente na quadra e centro desportivo Unión Progreso.
Atividade livre de drogas, atitudes patriarcais, autoritárias e especistas
(Para quem tem essas intenções melhor que nem apareça nesse dia)
“Quanto aos setenta e cinco anos, não estou realmente preocupado, não só porque tenho o hábito de não completar sentenças ou esperar a liberdade condicional ou qualquer dessas besteiras, mas também porque o estado simplesmente não vai durar setenta e cinco ou mesmo cinquenta anos” Kuwasi Balagoon, 09 de dezembro de 1983.
“Axs amigxs e pessoas que ajudaram a dar sentido a todos esses eventos que aconteceram tão rápido. Certas culturas humanas travaram uma guerra contra a Terra por milênios. Escolhi lutar do lado dos ursos, dos leões das montanhas, dos zorrilhos, dos morcegos, dos saguaros, das rosas e todas as coisas selvagens. Sou apenas a mais recente casualidade nessa guerra. Mas esta noite fugi da prisão: estou voltando pra casa, à Terra, para minhas origens” William “Avalon” Rodgers, 21 de dezembro de 2005
A memória é uma arma, que muitas vezes negligenciamos a brandir nas nossas batalhas. É fácil, presxs como estamos nas marés do progresso, esquecendo o que e quem veio antes que nós e queimou caminhos que agora servem como marcadores para xs insurgentes. Esquecer é se perder numa floresta. Esquecer é não ter história.
O ato de lembrar é um gesto desafiador. Contra nossa lobotomização pela tecnologia. Contra a esterilização da história pelas escolas do estado. Contra a pacificação de vidas revolucionárias pela história oficial e suas narrativas de progresso. Contra a amnésia que poderia apagar os exemplos daquelxs pagaram a liberdade com suas vidas. Para começar a lutar contra esta sociedade, sua podre autoridade e suas ideologias venenosas, devemos primeiro lembrar.
Dezembro nos pesa muito, mas também acende fogos inextinguíveis.
Nos lamentamos por Alexandros Grigoropoulos, anarquista de 15 anos assassinado pela polícia em dezembro de 2008 em Atenas, cuja morte desencadeou semanas de guerra aberta contra o estado grego.
Nos entristecemos por Sebastián Oversluij, “Angry”, anarquista irreprimível assassinado em 11 de dezembro de 2013 por um cão pago de um banco enquanto tentava expropriar dinheiro em Santiago de Chile.
Estamos furiosxs pela morte na prisão de Kuwasi Balagoon em dezembro de 1986: ex-Pantera Negra, soldado do Exército de Libertação Negro e anarquista africano.
Queimamos a noite para despertar o espírito de William “Avalon” Rodgers, libertador da terra que se suicidou no solstício de inverno de 2005, enquanto estava na prisão acusado de levar fogo aos saqueadores da natureza.
Para honrar essxs lutadorxs, não só choramos. Não só dobramos nossas mãos e lamentamos a brutalidade do estado contra nossxs companheirxs. Não nos assustamos com suas mortes. Nós agimos.
Mantemos com vida suas lutas ao continuar lutando. Seja qual for os nossos meios, qualquer que seja nosso contexto: através da rebelião intransigente, os corações de nossxos companheirxs ainda batem.
Por Alexandros e Angry Por Kuwasi e Avalon Por toda a natureza
Recebemos via correio eletrônico, traduzimos e difundimos o panfleto em memória do companheiro Angry.
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SEBASTIAN OVERSLUIJ PRESENTE! EM CADA AÇÃO OFENSIVA CONTRA O PODER
Hoje voltamos a cruzar com o Angry desde o companheirismo, a irmandade e a amizade, tornando-nos cúmplices na memória, levantando uma memória anti-autoritária e combativa, lembrando Angry como um companheiro de luta, um amigo e um irmão, quatro anos depois de sua morte sob as balas de um mercenário do capital em meio de uma tentativa de expropriação bancária.
Reivindicamos uma memória que põe em perigo os planos do poder e alimenta nossas convicções de luta pela libertação total.
Cruzar os passos com Angry no transitar anárquico nos permite projetar sua vida até o presente, dialogando e tensionando suas vivências e reflexões com as nossas, conectando sua individualidade com o coletivo, vagando juntxs no caminho comum onde as idéias entre afins se materializam em projetos concretos de agitação anárquica e ação liberadora.
Angry algumxs conhecíamos em vida, outrxs fizemos através de seus escritos, de suas ações e das iniciativas de memória que surgiram no entorno dele.
Hoje, quatro anos de sua última ação de combate, ativamos conjuntamente a memória para que o companheiro não seja esquecido. Recordamos Angry em suas múltiplas dimensões pessoais e políticas, reconhecendo nele a expressão criativa das idéias através do desenho, a música, a escrita, a tensão pela conseqüência entre palavra e ação, e a luta multiforme em uma constante prática de agitação e ação de confronto.
Tudo isso nos aproima de sua vida desde diversos fluxos de afinidade e companheirismo em um cotidiano de luta contra o poder, projetando em nossa luta a vigência das idéias do Angry, pondo em contato as experiências e aprendizagens do passado com xs do presente para deixar claro que com a morte de umx companheirx a luta não morre, que a anarquia seguiu e segue viva em nossas ações e projetos atuais.
A nossa é uma memória iconoclasta que destrói a figura dx personagem heróicx ou extraordinárix. É uma memória da luta multiforme que lembra a vida do companheiro com suas contradições, afirmações, trânsitos e múltiplas decisões de luta, incluindo aquelas que o levaram ao longo de sua vida a praticar a ação direta e usar uma arma para expropriar o dinheiro de um templo do capital.
A nossa é uma memória negadora e perigosa, é uma parte da ação que busca destruir a autoridade, reforçando nossa identidade individual/coletiva como negadorxs do poder e da sociedade em ofensiva contra toda forma de dominação.
Nossa memória é um ato que dá sentido e se (re)afirma em um presente de luta, mantendo vigente uma promessa de guerra com a qual avivamos – como Angry fez – o fogo das individualidades anárquicas que influem na realidade, abrindo caminho para a Libertação Total em múltiplos espaços, projetos e ações de luta contra a autoridade.
PELO ANGRY. POR CADA COMPANHEIRX. FAÇAMOS DA MEMÓRIA UM ELEMENTO PERIGOSO NA LUTA CONTRA O PODER.
Durante a madrugada de 14 de dezembro de 2017, mãos anônimas agiram de forma evidentemente coordenada depositando distintos artefatos incendiários em agências do Banco Estado na cidade de Santiago.
O primeiro artefato incendiário foi encontrado numa agência do Banco Estado localizada no número 28 de gran avenida, por volta das 02:00 da manhã, ao ser descoberto por um transeunte que haveria entrado para utilizar o caixa. Rapidamente mobilizaram a polícia, GOPE, Labocar e membros do Ministério Público Sul. Mas a noite estava apenas começando…
Na comuna de Maipu, a agência do Banco Estado na rua Alfredo Silva Carvallo 1774 começa arder desde seu interior produto da ativação de um artefato incendiário, tendo que ser acudido pelos bombeiros para apagar as chamas do incêndio.
Finalmente na comuna de Pedro Aguirre Cerda, especificamente na avenida central com Calbuco, um terceiro artefato incendiário foi desativado pela polícia.
Segundo assinalado pela imprensa e pela polícia, os artefatos eram compostos por garrafas de combustível, pilhas e um sistema de relógio. A causa novamente é levada pela “Promotoria metropolitana sul”, dedicada a ataques explosivos e incendiários.
A intendência metropolitana, por sua vez, queixou-se, e assim declara Claudio Orrego: “Vinculadas (os artefatos incendiários) aparentemente com a morte de um anarquista. A verdade que independente da causa, a violência e uso de artefatos explosivos, nos parece absolutamente fora de lugar num sistema democrático como o nosso. Nós vamos nos queixar nesses três casos e a promotoria já está iniciando as investigações através da OS9 de carabineros”.
Nos três ataques incendiários foram encontrados panfletos em memória e lembrança do companheiro anarquista Sebastián Oversluij, os quais não foram difundidos ou mostrados pela imprensa. Recordamos que o companheiro anárquico-niilista Sebastián Oversluij participou no assalto bancário a uma agência do Banco Estado na comuna de Pudahuel em 11 de dezembro de 2013, depois de entrar no templo da acumulação capitalista armado com uma submetralhadora o miserável guarda do banco William Vera repele o assalto assassinando o companheiro anarquista.
“Quanto aos setenta e cinco anos, não estou realmente preocupado, não só porque tenho o hábito de não preencher frases nem de esperar em liberdade condicional ou qualquer absurdo, mas também porque o estado simplesmente não vai durar setenta e cinco ou mesmo cinquenta anos “- Kuwasi Balagoon, 9 de dezembro de 1983
“Para meus amigos e apoiadores para ajudá-los a entender todos esses eventos que aconteceram tão rapidamente. Certas culturas humanas travaram guerra contra a Terra há milênios. Eu escolhi lutar no lado de ursos, leões de montanha, gambás, morcegos, saguaros, penhasco e todas as coisas selvagens. Eu sou apenas a vítima mais recente nessa guerra. Mas esta noite eu fiz uma pausa na prisão – volto para casa, para a Terra, para o lugar das minhas origens “- William” Avalon “Rodgers, 21 de dezembro de 2005
A memória é uma arma – uma que muitas vezes negligenciamos para agitar nossas batalhas. É fácil, preso como estamos nas marés do progresso, para esquecer o que e quem veio antes de nós, que queimou caminhos que agora servem como marcadores de trilhas para insurgentes. Esquecer é se perder em uma floresta. Esquecer é não ter história.
O gesto de lembrar é um gesto desafiante. Contra nossa lobotomização pela tecnologia. Contra a esterilização da história pelas escolas do estado. Contra a pacificação das vidas revolucionárias pela história oficial e suas narrativas de progresso. Contra a amnésia que apaga os exemplos daqueles que pagavam pela liberdade com suas vidas. Para começar a combater esta sociedade, sua autoridade podre e suas ideologias venenosas, devemos nos lembrar.
Dezembro agrava-se sobre nós, mas também acende incêndios inextinguíveis.
Lamentamos Alexandros Grigoropoulos, anarquista de 15 anos assassinado pela polícia em dezembro de 2008 em Atenas, cuja morte provocou semanas de guerra aberta contra o estado grego.
Nos entristecemos por Sebastián Oversluij – “Angry” – irrefutável anarquista morto em 11 de dezembro de 2013 pelo cão de guarda de um banco enquanto tentava expropriar o dinheiro em Santiago, no Chile.
Ficamos com raiva com a morte na prisão de Kuwasi Balagoon em dezembro de 1986 – ex-Pantera negra, soldado no Exército de Libertação Negra e New Afrikan anarquista.
Queimamos a noite para invocar o espírito de William “Avalon” Rodgers, liberacionista da Terra que cometeu suicídio no Solstício de Inverno de 2005 enquanto estava na prisão por acusações de colocar fogo aos saqueadores da natureza.
Para honrar esses lutadores, não choramos. Nós não simplesmente dobramos nossas mãos e lamentamos a brutalidade do estado contra nossos camaradas. Nós não hesitamos pelo medo de suas mortes. Nós atuamos. Continuamos vivendo suas lutas continuando a lutar. Seja qual for o nosso meio, qualquer que seja o nosso contexto: através da revolta intransigente, os corações de nossos companheiros ainda batem.
PELA EXTENSÃO DA MEMÓRIA INSURRECTA CONVERTIDA EM ATAQUE!
A 4 anos desde que Sebastián Oversluij Seguel, o Pelao Angry, foi assassinado pelo guarda capanga do Banco Estado, William Vera, numa expropriação frustrada, na comuna de Pudahuel, zona oeste de Santiago/Chile.
Mais uma vez, a memória nos chama para combater o silêncio expressando claramente nossa posição frente a nossxs irmãxs e companheirxs caídxs no confronto direto com a ordem existente, seus/suas apoiadorxs e falsxs críticxs.
O Pelao Angry, como todxs que entregaram o melhor de si para ver cair a ordem do poder e da autoridade, são as sementes vivas que se multiplicam em todxs xs que desafíamos este mundo podre destinado a se autodestruir pela nociva toxicidade que emana o Estado-Prisão-Capital.
Não há tempo para ambiguidades nem eternos momentos de espera. A vida acaba dia a dia e o plástico inunda tudo. Não há lugar do mundo isento da podridão imposta pelo complexo militar industrial que controla grande parte do planeta. E nossa consciência nos chama para atuar, a romper a imobilidade e o silêncio cúmplice e é aqui onde não podemos deixar de evidenciar os rastros desta guerra para a morte com o atual estado das coisas.
E nos acompanham neste choque cotidiano todxs xs que se atreveram a romper com a palavra fácil e a desculpa barata que justifica a inação e decidiram passar pra ofensiva empunhando as armas da vida na revolta como expressão inequívoca de um desafio aberto à ordem imposta por séculos de submissão e escravidão.
É nosso compromisso livremente auto-assumido: manter vivxs nossxs irmãxs e companheirxs através da luta cotidiana na revolta permanente como forma de viver no aqui e agora, nosso momento de liberdade.
Caminhamos com todxs xs que vivem e viveram para se atrever a desafiar o presente além de amiguismos e as necessárias diferenças. Reconhecemos o valor da coragem e da coerência. Em tempos de toxicidade reinante, se reivindica claramente aquelxs que foram pra ofensiva, arriscando tudo e sem o medo paralisante que gera todo tipo de desculpas e cria caricaturas que estimulam a fragmentação.
Em memória do Angry e de todxs nossxs mortxs que gozam de excelente saúde… Porque a resistência ofensiva é uma necessidade de combate anticapitalista-antiautoritário-insurrecional pela libertação total que não pode ser neutralizado nem sequer com a morte.
SEBASTIAN OVERSLUIJ PRESENTE EM CADA AÇÃO EXPROPRIADORA
E DE OFENSIVA CONTRA O PODER
Na manhã de 11 de dezembro de 2013, o companheiro Sebastián Oversluij se preparava para expropriar uma agência bancária na comuna de Pudahuel. O companheiro ‘Angry’ entra na dita agência puxando a sub-metralhadora em sua roupa anunciando o assalto. Um miserável guarda de segurança atirou no companheiro e o matou na hora. O bastardo uniformizado tinha treinamento militar e uma vasta experiência como mercenário no Haiti e no Iraque.
Concordamos com a decisão do companheiro de expropriar os ricos, nos reconhecemos como inimigxs do capital e do sistema de dominação que gera e propaga as misérias que vivemos diariamente. Encorajamos qualquer ataque direto contra as propriedades e os interesses dos ricos, fazemos parte desta guerra multiforme contra o poder.
Lembramos do companheiro por quem ele era, e pela coerência de suas ações para contribuir e promover o processo de ataque constante contra a estrutura de poder. A memória é um exercício constante e contínuo em nossa história, é por isso que honramos este companheiro que decidiu levar sua prática revolucionária até as últimas consequências.
“É HORA DE REAPROPRIAR A VIDA, DESTRUIR TODA AUTORIDADE, ATACAR A POLÍCIA, ATACAR BANCOS, EXPROPRIAR, DESOBEDECER E DESTRUIR” – ANGRY
MEMÓRIA E COMBATE PELO COMPANHEIRO CAÍDO EM 11 DE DEZEMBRO DE 2013 DURANTE UM ASSALTO BANCÁRIO
No primeiro dia de dezembro às 00:00 hora, foi realizado na periferia de Santiago, ação direta incendiária, em comemoração da morte do companheiro Angry Overluij e em solidariedade combativa com o companheiro Alejandro Centoncio preso na antiga penitenciária há 8 meses por porte de artefato incendiário.
Esta ação foi realizada com o levantamento de barricadas e enfrentamento, o qual tem como objetivo ampliar e multiplicar o chamado à solidariedade combativa com nossxs companheirxs presxs e caídos em combate.
06 de dezembro de 2008, Alexis Grigoropoulos, 15 anos, leva um tiro a queima roupa pela polícia no bairro de Exarchia, em Atenas. Alexis cai pela bala dos assassinos do estado e um furacão de raiva nasce. Isso não foi um acidente; foi um assassinato direcionado no coração de um bairro que é, tanto historicamente quanto no presente, um centro para xs oprimidxs se organizarem no movimento de resistência. A mensagem era clara, para aterrorizar a resistência, para afirmar o controle totalitário do estado, para sufocar a preparação da insurreição contra um sistema decrépito de exploração e opressão. A história de Alexis é a história de milhares de lutadorxs alvejadxs, torturadxs e desaparecidxs pelos guardas armados do estado ao redor do mundo.
Nas horas, dias e semanas que seguiram o assassinato de Alexis milhares de pessoas, que viram no assassinato de Alexis seus próprios sofrimentos neste sistema, levaram às ruas ao redor do mundo. A onda de solidariedade quebrou o isolamento e alienação dxs oprimidxs e despertou mais uma vez a visão global de um mundo sem exploração da autoridade. Esta história, nossa história não é uma coleção de símbolos mortos. É o nosso ponto de partida para a luta em curso contra a escravidão da humanidade pelos exploradores capitalistas, o seus aparatos de estado e seus exércitos.
Os Estados são fundados em terrorismo e violência. Quando o sistema político está perdendo toda legitimidade, quando enfrenta a perspectiva real do levantamento em massa, mostra suas garras, torna-se cada vez mais violento para manter seu poder. Nesta “crise” contínua do sistema político, nós, as classes oprimidas, estamos enfrentando um ataque em todas as frentes. Erradicação radical de tudo o que o movimento operário havia alcançado com sacrifício e luta, leis mais severas contra xs pobres, regulamentos penais mais severos, controle totalitário do espaço público, encarceramentos em massa de migrantes, repressão violenta de rebeliões na prisão, criminalização da resistência, legislações contra-terrorista , lei marcial em nossas cidades, prisões de isolamento para lutadores políticxs. A polícia está na vanguarda deste ataque, como os guardas armados do estado. Torturas e mortes “acidentais” em delegacias de polícia, repressão violenta de mobilizações com espancamentos brutais, armas químicas, balas de borracha e também reais, prisões em massa. Este é o mosaico do terrorismo de estado.
Lembrem-se, lembrem-se de 06 de dezembro! O estado tem todo o interesse em limpar nossa história para nos destruir. Não devemos deixar uma polegada de chão para esta investida. Devemos defender nossa história como nossas próprias vidas. Devemos defender nossos bairros e espaços de resistência, nossos projetos auto-organizados, nosso terreno em que vivemos, nos encontramos e onde nos organizamos para lutar. Devemos defender nossas lutas contra o terrorismo de Estado por todos os meios.
Pedimos um dia internacional de ação contra o terrorismo de Estado em lembrança de…
Santiago Maldonado sequestrado e assassinado por paramilitares, Argentina 2017 Pellumb Marinkolla jogado pela janela de uma delegacia de polícia, Grécia 2016 Remi Fraisse morto por uma granada de atordoamento, França 2014 Ilia Kareli torturado até a morte por guardas da prisão, Grécia 2014 43 jovens estudantes seqüestradxs e assassinadxs por policiais, México 2014 Michael Brown alvejado por policiais, Ferguson (EUA) 2014 Berkin Elvan alvejado por uma lata de gás lacrimogênio por policiais de motim, Istambul 2013 Mark Duggan alvejado por policiais, Reino Unido 2011 Dimitris Kotzaridis morto por gás lacrimogêneo, Atenas 2011 Lambros Foundas alvejado por policiais, Grécia 2010 Stefano Gucci torturado até a morte pela polícia, Itália 2009 Inigo Cabacas morto por bala de borracha, País Basco 2009 Giuseppe Uva morto em uma delegacia de polícia, Itália 2008 Alexis Grigoropoulos alvejado por policiais, Grécia 2008 Gabriele Sandri alvejado por policiais, Itália 2007 Oury Jalloh queimado vivo em sua cela pelos policiais, Alemanha 2005 Federico Aldrovandi espancado pela polícia, Itália 2005 Carlo Giuliani alvejado por policiais, Itália, 2001 Soledad Rosas e Edoardo Balencoled suicídio na prisão, Itália 1998 Christophoros Marinos executado por policiais, Grécia 1996 Halim Dener alvejado por policiais, Alemanha 1994 Conny Wessmann morto por um carro quando era perseguido por policiais, Alemanha 1989 Michalis Kaltezas alvejado por policiais, Grécia, 1985 Iakovos Koumis espancado até a morte por policiais anti-motim, Grécia 1980 Stamatina Kannelopoulou espancado até a morte por policiais anti-motim, Grécia 1980 Francesco Lo Russio alvejado por policiais, Itália, 1977 Isidoros Isidoropoulos morto por um carro quando era perseguido por policiais, Grécia 1976
…e de todxs xs desconhecidxs e sem nome. Não perdoamos. Não esquecemos. Nem um passo atrás.
06 de dezembro de 2017: TODXS ÀS RUAS!
Assembleia aberta CONTRA A OCUPAÇÃO POLICIAL Atenas 23/11/17
“O mundo é uma igreja petulante voraz e tola onde todos têm um ídolo para adorar como um fetiche e um altar ao qual se sacrifica.” (R. Novatore, O reino dos fantasmas)
O companheiro Renzo Novatore, pseudônimo de Abele Rizieri Ferrari, nasceu em 12 de maio de 1890 em Arcola, cidade italiana localizada na província de La Spezia. Representante do “anarquismo iconoclasta”, lutou com idéias e armas contra o poder até que foi abatido a tiros pelos carabinieri em um tiroteio ocorrido em 29 de novembro de 1922.
Ao ler e analisar as idéias e ações de Renzo Novatore na atualidade, podemos interpretá-lo de várias perspectivas, mas de uma perspectiva anarconiilista podemos reconhecer sua grande contribuição em fortalecer toda a rede de discursos e práticas iconoclastas – individualistas – niilistas – anarquistas.
Entre elas é principalmente a crítica à sociedade (qualquer que seja) como lugar de origem dos vícios da humanidade. Além disso, a interpretação que o companheiro faz emn seus escritos sobre a própria vida como algo a ser amado em seu conjunto de contradições, a prioridade do eu antes de tudo, não como um mero exercício de egocentrismo ou desprezo em relação a/o outrx, mas um pouco como a construção do Ego, o que poderia ser explicado simplesmente como a idéia que hoje conhecemos como “ser você mesmx”, o amor pela natureza, o prazer pela destruição, o despojo de todos os valores morais, e o prazer, sim, o mais puro prazer que nos entrega para o nada.
Porque a relação é direta entre dependência e individualidade, enquanto mais dependente, é menos individual e vice-versa. Desta maneira, o último reduto da liberdade está em cada umx de nós, além e acima de qualquer maioria ou acordo.
“Sob o falso esplendor da civilização democrática, os mais altos valores espirituais caíram em pedaços. A força voluntária, a individualidade bárbara, a arte livre, o heroísmo, o gênio, a poesia, foram objeto de deboche, ridiculizados, caluniados. E não em nome do ‘eu’, mas da ‘coletividade’. Não em nome do ‘único’, mas da ‘sociedade’” (R. Novatore. Para o nada criador)
Estas, sem dúvida, são um conjunto de idéias que podemos reconhecer como grandes contribuições e influências para o caminho pelo qual algumxs -sempre poucxs- transitamos.
Novatore não é apenas o autor de vários escritos teóricos e agitativos, mas também de inúmeras ações e expropriações em sua imparável luta contra toda forma de autoridade. Assim, reconhecendo Novatore como parte de uma história de luta ofensiva contra o poder, é reconhecer nós mesmxs como parte desta história. É fazermos parte da guerra contra toda autoridade e dominação pela destruição de todos os valores morais e para entender x indivídux como parte fundamental do desenvolvimento de nossas vidas como o início de todas as nossas negações e contradições.
Que o nada e o tudo não seja um jogo de palavras bonitas com as quais preencher panfletos e bordões, que, assim como o panfleto e o bordão precisam ser acompanhados de ação para serem coerentes, levemos nossas idéias à prática.
De nada serve o niilismo vazio e passivo, rompamos a tendência anárquica com as práticas niilistas, como uma grande colisão de estrelas em uma noite escura que impulsa caóticamente a conspiração.
Hoje, são muitxs os e as Bruno Filippi e Renzos Novatore que se lançam no futuro das tendências antissociais, do Chile à Grécia e por todos os cantos do mundo a guerra continua…
Até que tudo o que existe seja destruído… pelo triunfo do eu e a derrota do poder!