Chéquia – Texto do companheiro anarquista perseguido da Anti-Fenix, Lukáš Borl
via 325
Todo o poder para a imaginação?
Quando as grandes greves e xs trabalhadorxs e estudantes ocorreram na França em 1968, um dos lemas daquela época foi “Todo o poder para a imaginação”. A polícia e os tribunais checos agora têm sua própria interpretação. Eles afirmam sua autoridade através da promoção de sua própria imaginação.
Quando a polícia queria o mandado de prisão sobre mim, seus motivos alegados para isso eram declarações especulativas e um monte de besteira aleatória. Obviamente, foi o suficiente para obter o mandado. É mesmo assustador, quão poderosa é a sua imaginação.
Foi escrito em certos documentos: “Lukáš B. não possui nenhuma residência permanente na Chéquia. Com base na investigação atual, descobriu-se que, no período de outubro de 2015 até dezembro de 2015, ele estava se movendo no território da república eslovaca no entorno da cidade de Žilina. Então, em abril/maio, ele estava se mudando para a Eslovênia nos arredores da cidade de Ljubljana.
Daquele lugar eu mudei muito provavelmente para a Holanda, acompanhado por (o nome da pessoa). Então, descobriu-se que, no início do verão (junho de 2016), Lukáš Borl participou do encontro secreto dos militantes defensores dos direitos dos animais, a frente da libertação animal (ALF), que ocorreu na França, no arredores de Marselha, sob o nome de RAT ATTACK. A partir da comunicação descoberta, é claro que Lukáš B. planeja viajar pela costa da Itália, da França até a fronteira da Bélgica e Holanda, onde ele deve ter um emprego – fotografando para a revista sobre migração. Cantos especiais da pessoa procurada: cabelos castanhos, barba, 8-10 dreads na cabeça, 15-20cm de comprimento.”
Que tipo de investigação poderia levar a escrever algo tão sem sentido? Em toda essa construção, há apenas uma declaração verdadeira – naquela época eu realmente não tinha uma residência permanente na Chéquia. Que tipo de comunicação a polícia “descobriu”, se eles deduzem declarações absolutamente falsas? Aparentemente, toda a investigação e a comunicação “descoberta” ocorreu apenas nas cabeças dos policiais. Apenas invenção casual, como podemos chamar. Claro, a polícia vai pensar em um nome melhor para o que eles fazem, simplesmente porque eles admitem que sua autoridade se baseia em incapacidade de pensar e investigar, não é tática.