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Espanha – Palavras de Rodrigo Lanza da prisão

11, janeiro, 2018


Companheirxs, amigxs, família…

Novamente das masmorras do Estado, o estômago da besta. No primeiro grau e FIES escrevo essas palavras, isolado, mas não só, porque sei que nossos valores são muito mais fortes que essas barras que tenho na minha frente, que nosso amor pela liberdade é mil vezes mais digno que seu ódio e que não há parede que consiga nos separar dxs nossxs.

Acredito em muitas coisas e algumas delas sempre foram que a autodefesa antifascista é a luta mais legítima que existe, e que um Estado que promove o fascismo, o racismo, a homofobia e uma longa etcétera atacará implacavelmente qualquer pessoas que se defenda.

Depois de ser insultado racistamente, atacado pelas costas por um homem com uma faca na mão e depois de um trágico resultado, a máquina é ligada, o Estado se faz forte e sabe que uma mentira contada mil vezes se torna verdadeira, pelo menos para a maioria que precisam. O agressor é agredido, inventam uma desculpa ridícula pelo ataque (os suspensórios) que nem sequer aparecem na investigação policial, a faca desaparece e tentam ocultar vínculos fascistas e racistas. Tiram da sua melhor arma: o patriotismo. O perigo na tv sou eu, e dirão mil vezes essa mentira, porque podem e precisam disso. Sinto uma terrível impotência ao saber que sou um peão do seu jogo, mas não desespero, sei por experiência que a verdade vem à tona, ainda que a história seja escrita pelos poderosos, os vencedores… por enquanto.

Sei que faremos mais barulho que eles, que nossos laços e solidariedade valem muito mais que seus meios e seus muros. Sigo acreditando agora mais que nunca na legítima autodefesa, no antifascismo, nxs irmãxs na rua, nas nossas lutas, na minha família, nos meus princípios.

Por tudo isso e mais, mesmo aqui, depois de tudo o que estou vivendo, continuo me sentindo afortunado, porque sei que conto com vocês, e vocês comigo.

Das masmorras, isolado, mas não só.

Rodri
02/01/2018

Fonte: La Haine
Tradução: Turba Negra

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