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Textos com Etiquetas ‘presxs’

Santiago, Chile – Reivindicação de ataque incendiário a ônibus da Transantiago

19, janeiro, 2018 Sem comentários

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É sempre o momento para o ataque, mas não somos indiferentes ao cenário atual… enquanto a sociedade se alegra com a visita papal e expia suas culpas na ansiedade da espera, nós reivindicamos a aventura da ação direta.

No começo da noite de 10 de janeiro, com os desejos autônomos posicionados, deixamos um artefato incendiário na linha I 01 da Transantiago, se ativando nas proximidades da avenida Franklin com a rua San Francisco. No momento em que o fogo se expande, o motorista pelego vai para a sufocação com um extintor, queimando somente a parte traseira deste transporte símbolo das lógicas mercantis, delegador de tempos e pulsos, adequando o cotidiano a um controle social mais limitado, dando com comodidades típicas de uma cultura alienante. No entanto, nossa ação quebram esses tempos, essas comodidades, escolhendo com horizontalidade e sem chefes, onde e quando fazer e desfazer as negras intenções de conflitividade permanente contra tudo o que se posiciona como autoridade.

Então, dando esse golpe em tal hora e lugar, entendemos que nossas decisões e palavras são um vínculo com o que acreditamos ser um ótimo momento para atacar. Pois há ritmos que são desenvolvidos com segurança, e ainda mais, com uma vontade que determina como fio a ferida de nossos inimigos.

Os materiais, horários e objetivos definimos somente nós e avançam de acordo com o sentido de guerra… quando pretendemos que o dano-destruição sejam distintos, assim o faremos e todo o planejamento apontará nesse sentido.

Ninguém nos dirigirá, nunca. Vamos pelo ataque descentralizado, autônomo, livremente associado, anárquico e violento. Saudando nossxs companheirxs na prisão. Juan Flores condenado recentemente pelo ataque explosivo sob a Lei Antiterrorista e Tamara Sol com sua tentativa de fuga que mostra que a ousadia é o melhor alimento.

Com um mundo todo para destruir, para multiplicar a ação autônoma já!
A 10 anos de sua caída na guerra…

Grupo Autónomo Weichafe Matías Katrileo

Fonte: Insurrection News
Tradução: Turba Negra

Cartaz solidário com Tamara Sol

19, janeiro, 2018 Sem comentários

Santiago, Chile – Vandalismos em solidariedade com xs companheirxs detidxs em Villa Francia

18, janeiro, 2018 Sem comentários

Seguimos sendo, xs mesms mas mais violentxs…

Sábado 06 de janeiro, saímos à rua “sem rumo”. Junto com nossxs compas, recordando velhos e bons momentos. Os passos pela maldita cidade nos torce a realidade imposta e inevitavelmente nossa resposta é o vandalismo. Recuperamos nossas vidas quando zombamos da autoridade. Todxs à sua maneira de ver as coisas, gostando ou não, mas ainda assim, entre nós, a desordem sempre foi nosso encontro, um ponto, onde as emoções estão vivas. É o que gostamos, o que queremos, o que buscamos, sempre com uma idéia por trás disso.

Colocamos três bombas de ruído potentes, em um lixeiro de uma praça pública, debaixo de carros e em um ginásio, ativando alarmes, chamando a atenção dos cidadãos da asquerosa polícia. De longe, apreciamos os estrondos e rimos. As ruas de Santiago de noite são nossas, quando queremos nos damos o luxo de vandalizar seus símbolos.

Então, os dias passam e seguimos planejando e criando formas de incomodar, com pedras, bombas de ruído, pirotecnia, pixações, etc.

O Caos e a Anarquia são nossa expressão de Luta e de Vida.

Com dedicação e solidariedade axs companheirxs recentemente presxs em Villa Francia no marco de uma nova comemoração da morte do Weychafe Matías Catrileo.

Fonte: Contra Info
Tradução: Turba Negra

Besançon, França – Solidariedade revolucionária com a companheira trancada em Colônia

15, janeiro, 2018 Sem comentários

Na noite de quinta-feira pra sexta-feira, na vizinhança da estação TGV, penduramos uma faixa em solidariedade com Lisa, companheira presa em Colônia por um assalto bancário em Aachen, na Alemanha.

Na bandeira lê-se: “Solidariedade revolucionária com Lisa, anarquista encarcerada por um assalto bancário em Aachen (Alemanha). Feuer allen Knästen [Fogo em todos as prisões] (A)”.

Acabou de ser negado o pedido de revisão de sentença (7 anos e meio de prisão) de Lisa e será transferida para uma prisão na Espanha, de modo que ficará menos distante de sua família. Esta notícia nos irritou e não pretendemos deixá-la sozinha no mórbido silêncio do isolamento da prisão.

Liberdade para Lisa!
Liberdade para todxs!

Fonte: Attaque
Tradução: Turba Negra

Estados Unidos – 11 de Junho – Dia de Solidariedade com Marius Mason e todxs xs presxs anarquistas a longo prazo

15, janeiro, 2018 Sem comentários

Ao longo dos anos o 11 de Junho, Dia de Solidariedade com Marius Mason e todxs xs presxs a longo prazo tem vindo a apoiar e a destacar dezenas de companheirxs presxs. Tem-se vindo a incluir mais presxs de fora dos EUA, nos últimos anos, evitando-se cair no caminho fácil do centralismo nos EUA – representando-se assim de forma mais fiel a riqueza da expansão anarquista e das lutas anti-autoritárias através do mundo. (Pode descobrir mais sobre isto em june11.org). E é com isso em mente que lhe estamos a pedir ajuda para traduzir e divulgar esta breve mensagem. Sabemos que existem muitxs presxs cujas histórias não nos têm chegado ou com quem foi difícil estabelecer contato. Por enquanto o 11 de Junho tem-se concentrado em presxs anarquistas com penas de longa duração, mas essas não são qualidades estritas. Estamos ansiosxs de apoiar presxs anti-autoritárixs – a partir de diversos tipos e categorias de lutas. O 11 de Junho tem como objetivo manter nos nossos lábios os nomes dxs companheirxs que estão trancadxs há muitos anos – muito tempo depois de muitxs delxs andarem à deriva, pois sempre há novas lutas, novas emergências e mais amigxs a serem alvo do estado. Geralmente, usamos uma sentença de dez anos como ponto de referência, mas neste momento estamos a apoiar alguns e algumas presxs que cumprem 6 ou 7 anos.

Não fazemos essa distinção para minimizar a experiência dxs companheirxs que sejam retiradxs das suas comunidades e torturadxs por menos anos, mas como um reconhecimento do que é necessário fazer mais para sustentar o apoio e a solidariedade aqueles que serão trancadxs durante muitos ciclos de luta. Pedimos que entre em contato conosco se conhecer presxs cujo caso seja ajustado e gostasse de ver incluído no 11 de Junho. Nesse caso, quando fosse possível, desejaríamos estabelecer diálogo com xs apoiantes para que se possa explorar mais profundamente como xs apoiar e manter a sua voz nas nossas atividades. Por favor, ajude-nos a traduzir e disseminar esta mensagem na medida do possível. Queremos ouvi-lxs através de: june11th@riseup.net

Na Luta,
Comitê do 11 de Junho

Fonte: Contra Info

Volos, Grécia – Solidariedade com a Okupa Termita

13, janeiro, 2018 Sem comentários


Na manhã de 04/01 em Volos, houve uma operação coordenada para desalojar a okupa Termita. O desalojo foi feito pela Universidade da Tessália e pela força policial de Volos e outras forças da região. Durante o desalojo, 03 companheirxs foram presxs e liberadxs algumas horas depois com a acusação de perturbação da paz doméstica e os 6 edifícios foram demolidos logo após a operação.

Colocamos aqui o texto da Termita que explica por que foi alvo do estado e da universidade da Tessália:

Okupas são nossos terrenos liberados, liberados do controle do estado, para abrigar nossas necessidades e desejos; são as estruturas que conectam a luta à sociedade, que incorporam a visão de liberdade e solidariedade. São pontos de encontro para todxs aquelxs que questionam o estado e o capitalismo, que escolhem coletivizar fora da estrutura institucional. Eles são o terreno em que as comunidades de luta são construídas, em termos de participação e igualdade. Tudo isso significa que okupas não são espaços de estilo de vida alternativo, mas um refúgio no meio de uma guerra, para todxs aquelxs que são assediadxs pelo mundo da autoridade. Especialmente para xs migrantes, fora das comunidades auto-organizadas, o Estado mantém um regime especial de repressão: perseguição, encarceramento e deportação.
Esta nova hostilidade, iniciada pelo estado, é parte do ataque geral contra aquelxs que lutam. Este constante ataque do Estado e do para-estado faz parte da mesma cerca de arame farpado que está no caminho de milhares de refugiadxs e migrantes, que reforça o controle e vigilância em nossas cidades, que constrói prisões de alta segurança e armar gangues paramilitares, preparando o caminho para o totalitarismo moderno.

Para concluir, estamos unidxs e declaramos que qualquer ataque contra um espaço de luta é um ataque contra todxs nós.

Pedimos uma intervenção microfônica em solidariedade com a Okupa Termita na Praça Syntagma às 12:00 no domingo 07/01, enquanto xs companheirxs em Volos farão uma manifestação.

Assembléia de Solidariedade à Okupas para e Espaços de Luta

Estrutura de auto-defesa de okupas e projetos de habitação para migrantes

https://athens.indymedia.org/event/72595/

Em Heraklion, caixas eletrônicos foram destruídos e algumas paredes foram cobertas por pixações.
Uma ação de sabotagem ocorreu em Tessalônica, um canteiro de obras e dois guindastes foram danificados com coquetéis molotov.

“Solidariedade com a Okupa Termita”, faixa na okupa Terra Incognita em Tessalônica.

“Nossos sonhos não podem ser destruídos, nossa consciência está ficando mais forte”, Tessalônica.


“Nossas idéias não podem ser desalojadas, nem um passo para trás”.


“Sem acusações para xs presxs da Okupa Termita”.


“O ataque do estado será respondido por um ataque”.


“Nossas idéias não podem ser desalojadas, não podem ser demolidas. Solidariedade com a Okupa Termita”, Okupa Ntougrou em Larissa.

Fonte: Squat!net
Tradução: Turba Negra

Valparaíso, Chile – Companheira Tamara Sol ferida em tentativa de fuga

12, janeiro, 2018 Sem comentários

Hoje, 12 de janeiro de 2018, a companheira Tamara Sol tentou fugir do centro de extermínio de Valparaíso, uma ação frustrada pelos carcereiros que impediram a companheira de recuperar sua saída para a rua por seu próprios meios.

Por enquanto, a informação não está completa e será atualizada.

Tamara estaria ferida depois de ser brutalmente espancada pelos carcereiros, se encontrando incomunicada, isolada e esperando uma transferência como de castigo para outra prisão.

Lembremos que Tamara Sol foi condenada a 7 anos por ter disparado em um guarda de um banco em vingança pelo assassinato do companheiro anarquista Sebastián Oversluij após uma tentativa de roubo a banco.

Estaremos informando e atualizando conforme cheguem mais informações.

Solidariedade revolucionária com Tamara Sol!

Força, determinação e decisão para Tamara, sua família e as pessoas próximas!

Ante os centros de extermínio e de tortura dos carcereiros: Motim e fuga mil vezes!

Fonte: Publicación Refractario
Tradução: Turba Negra

Itália – Sobre os fatos de Nápoles

12, janeiro, 2018 Sem comentários

A pacificação dos movimentos políticos causou o quase total desaparecimento da nossa sociedade de qualquer anseio revolucionário, substituído por uma arremetida frenética de ocupar os assentos confortáveis ​​e quentes que o poder oferece. Isso levou a uma luta feroz, muitas vezes sem vizinhança, para seguir o político atual, que é elevado ao nível de revolucionário para garantir aos políticos “antagônicos” uma área de aceitação política dentro das instituições. Como resultado, testemunhamos o cancelamento voluntário de qualquer forma de oposição a favor da concertação e, muitas vezes, de colaboração com um sistema político que até recentemente era considerado hostil. Todos esses elementos representam fatos tangíveis que têm repercussões negativas sobre o que resta do movimento revolucionário ou insurrecional, se você preferir.

Num contexto semelhante, os últimos bolsões de resistência, aquelxs que persistem em considerar a destruição deste sistema político e econômico como inevitável, são muito mais facilmente identificáveis ​​e atacáveis ​​pelo aparelho repressivo do Estado.

A enorme quantidade de recursos que a polícia e a magistratura têm disponível pode ser usada inteiramente e com uma resistência reduzida aos termos mínimos para aniquilar um inimigo social que, na verdade, tem reduzido cada vez mais os espaços de manobra.

Especificamente, o movimento anarquista é o mais atingido pelo ataque repressivo desencadeado pelo estado. Tudo isso também é possível graças ao uso maciço dos chamados crimes associativos que se adaptaram constantemente à estrutura sociopolítica da sociedade.

No momento, dezenas de companheirxs cumprem sentenças na prisão, prisão domiciliar ou estã na clandestinidade, sendo que muitxs estão sujeitxs a várias formas de medidas cautelares, tais como assinaturas, obrigações de residência, vigilância especial, etc. e um número não especificado, certamente muito alto, é investigado pelos vários procuradores espalhados por toda a Itália. Entre estes, o promotor de Nápoles, que há anos tem lutado sem muito sucesso para dar sua contribuição infame, fez sua voz ouvida no início de dezembro.

Na sequência de duas investigações reunidas em um processo, uma em 2010 e outra em 2011, a prisão de vinte companheirxs anarquistas foi solicitada. Os investigadores levantam a hipótese da existência de uma célula, ativa em Nápoles e com ligações com Grécia e Espanha, ligada à FAI/FRI e que as revistas La Miccia, Invece, Blasphemia e o blog Arraggia são as ferramentas de propaganda que a organização usa para divulgar seus comunicados e suas reivindicações.

A acusação para todxs é de associação subversiva (artigo 270 bis do Código Penal) e, para umx companheirx, de crimes específicos relativos à posse e uso de explosivos. Além disso, foi solicitada a apreensão cautelar do Centro de Estudos Libertários, que desde a década de 1970 abriga o grupo anarquista Louise Michel e o espaço anarquista 76A, considerado as bases logísticas da célula napolitana.

O responsável pela investigação é o magistrado Catello Maresca da DDA (Direção Antimáfia Distrital), onde se tornou famoso por ter prendido vários chefes ligados ao clã Casalesi. Agora, após os oito anos de permanência canônica na antimáfia, ele foi transferido para o antiterrorismo e, portanto, ele pensou bem, para manter um certo estilo, para perseguir xs anarquistas.

Ele, como outros magistrados, está encantado de escrever livros nos quais ele nos ilustra mortais as operações “muito importantes” que ele completou. Em um desses, ele colaborou com Leandro Del Gaudio, conhecido por nós, porque ele costumava usar o jornal que ele escreve, Il Mattino, para lançar uma pequena lama sobre xs anarquistas napolitanxs. E isso não poupou a divulgação da notícia do processo contra xs anarquistas, evidentemente solicitado por seu amigo Catello em busca de um mínimo de visibilidade da mídia.

A investigação ainda está aberta para que, no momento, ainda não tivéssemos a oportunidade de ler a quantidade de documentos sobre o procedimento aberto a nós (o único pedido tem mais de 1500 páginas). Não sabemos, por exemplo, a verdadeira entidade de toda a operação. Especificamente, não conhecemos o número total de suspeitxs porque é plausível que, para outrxs companheirxs, não tenham sido solicitadas medidas cautelares. Além disso, não sabemos em que se baseia a hipótese investigativa de nosso zeloso magistrado.

Uma das poucas coisas que sabemos é que, em primeira instância, o pedido foi rejeitado por um GIP (juiz de investigações preliminares) que não considerou os elementos em sua posse para validar as prisões. Nunca antes a integridade do Ministério Público apelou do recurso porque ele não pode aceitar que alguém tenha permitido dificultar o trabalho que ele realizou tão diligentemente. Uma das estrelas mais brilhantes do firmamento de nossos inquisidores não tolera derrotas, por isso parece que não vai desistir até o fim.

Antes de qualquer reflexão, a experiência nos ensina que um dos principais objetivos de tais operações é desintegrar, se não extirpar, um grupo de companheirxs ativxs do território em que atua.

No nosso caso, eles estavam errados fazendo os cálculos. Não daremos nenhum único passo atrás. Continuaremos nossa jornada política e existencial diante de quem quer que sejamos mudos e submissos.

A data da audiência de recurso foi marcada para 14 de dezembro e depois foi transferida para 22 de fevereiro por falta de notificação.

As atualizações seguirão assim que tivermos a possibilidade de ter informações mais detalhadas.

ALGUMXS ANÁRQUICXS EM NÁPOLES

Fonte: Round Robin
Tradução: Turba Negra

Bolívia/Chile – Machi Francisca Linconao toma a palavra no território dominado pelo estado boliviano

12, janeiro, 2018 Sem comentários

Apesar da turbulência e das especulações, várias delas com um ar racista, na imprensa e no contexto político no Chile sobre a chegada de Machi* Francisca Linconao na Bolívia,  ela esteve aqui na semana passada, simplesmente porque tem o direito de viajar para onde queira, depois de ter sido absolvida pela segunda vez no caso Luchsinger-Mackay.

Francisca Linconao, Machi da Lof** Rahue, em Temuco, concordou em nos dar um testemunho sobre sua vida nos últimos anos. A vida de uma mulher mapuche, autoridade espiritual de sua comunidade, na qual podemos ver refletida de muitas maneiras a vida e a luta na Bolívia de mulheres em comunidades indígenas que estão sendo ameaçadas em sua própria existência por atividades extrativistas, expansão de monoculturas, projetos de mega infraestrutura, mineração ou petroleiros.

Machi Francisca, foi a primeira mulher mapuche a interpor e ganhar um Recurso de Proteção em 2009, fazendo cumprir pela primeira vez no Chile o tratado 169.

Para muitxs de nós, o nome de Francisca Linconao, foi desconhecido até vários anos depois, quando a imprensa divulgou as notícias sobre sua primeira detenção em janeiro de 2013 pelo caso da morte do casal Luchsinger-Mackay.

Antes da mídia corporativa e do estado chileno através da Lei Antiterrorista, vincularam e acusaram Machi Linconao e outrxs 10 membrxs da comunidade mapuche pela morte dos dois latifundiários, a luta mais subterrânea de Francisca Linconao se desenvolveu em Temuco, quando ela decidiu proteger as plantas medicinais e os Menokos*** de sua lof, interpondo um Recurso de Proteção contra a Forestal Palermo, representada por Alejandro Taladriz.

Francisca Linconao é Machi Tralkan, o que significa que seus poderes de cura e tratamento estão ligados ao trovão. Sua vitória contra uma florestal que realizava o corte ilegal de árvores, plantio de espécies nocivas como pinheiros e eucaliptos, que afetaram as florestas nativas e os mananciais da comunidade, não é apenas a vitória de seus conhecimentos de curandeira frente ao poder das empresas florestais, mas uma das chaves, nos diz a Machi, para entender a subsequente perseguição que continua enfrentando.

Ela, que ganhou um recurso de proteção contra uma florestal, e agora, por decisão do poder judiciário e pressão da família Luchsinger, aos 61 anos, tendo sida absolvida duas vezes, deverá recomeçar pela terceira vez o processo legal pelo mesmo caso.

Comunidades mapuche: sob a Lei Antiterrorista e as montagens judiciais

Julgar alguém mais de uma vez pelo mesmo caso, é algo que não é permitido (ainda) pelas leis bolivianas. No entanto, as comunidades mapuche que vivem constantemente perseguidas pela Lei Antiterrorista, -uma das piores heranças da ditadura de Pinochet-, são vulneráveis a essas reveses das ações legais do estado.

A continuidade do neocolonialismo judicial se expressa na aplicação da Lei Antiterrorista axs detidxs mapuches, que permite a “prisão preventiva”, e, até recentemente, a prisão de menores de idade nos casos que o estado considera estar destinados a gerar “terror” para a população. As massivas greves de fome protagonizadas por presxs políticxs mapuche de 2010 a 2011, permitiram que fossem modificadas em alguns elementos.

Xs acusadxs pelo caso Luchsinger-Mackay, e portanto Machi Francisca Linconao, são julgadxs pela Lei Antiterrorista, com base nas montagens judiciais, como a mesma Machi nos narra em seu testemunho, bem como em outros casos seguidos e revelados sobre tudo pelos meios alternativos em Wallmapu. No entanto, casos como o de Brandon Hernández Huentecol, em que o jovem mapuche de 17 anos, foi baleado por 40 tiros pelas costas por um carabinero chileno, não é considerado pela justiça como um ato para “gerar terror”. Mas, então, o que é que vivem dezenas de comunidades mapuche quando militarizam suas regiões, quando forças de segurança disparam impunemente contras xs membrxs da comunidade ou quando se reprime violentamente com brutalidade crianças e mulheres?

A partir de como se vive julgadx pela Lei Antiterrorista, dos mananciais e plantas medicinais da Lof Rahue e sua defesa, Machi Francisca Linconao nos fala mais amplamente, em sua breve passagem pela Bolívia, como experiências no próprio núcleo do colonialismo e o avanço capitalista nos territórios.

Que se difundam suas palavras que chegam com a força do Tralkan****.

* principal figura médica, religiosa, conselheira e protetora do povo Mapuche
** é a forma básica de organização social do povo Mapuche
*** fontes de água em mapudungun
**** trovão em mapudungun

Fonte: Chaski Clandestinx
Tradução: Turba Negra

Espanha – Palavras de Rodrigo Lanza da prisão

11, janeiro, 2018 Sem comentários


Companheirxs, amigxs, família…

Novamente das masmorras do Estado, o estômago da besta. No primeiro grau e FIES escrevo essas palavras, isolado, mas não só, porque sei que nossos valores são muito mais fortes que essas barras que tenho na minha frente, que nosso amor pela liberdade é mil vezes mais digno que seu ódio e que não há parede que consiga nos separar dxs nossxs.

Acredito em muitas coisas e algumas delas sempre foram que a autodefesa antifascista é a luta mais legítima que existe, e que um Estado que promove o fascismo, o racismo, a homofobia e uma longa etcétera atacará implacavelmente qualquer pessoas que se defenda.

Depois de ser insultado racistamente, atacado pelas costas por um homem com uma faca na mão e depois de um trágico resultado, a máquina é ligada, o Estado se faz forte e sabe que uma mentira contada mil vezes se torna verdadeira, pelo menos para a maioria que precisam. O agressor é agredido, inventam uma desculpa ridícula pelo ataque (os suspensórios) que nem sequer aparecem na investigação policial, a faca desaparece e tentam ocultar vínculos fascistas e racistas. Tiram da sua melhor arma: o patriotismo. O perigo na tv sou eu, e dirão mil vezes essa mentira, porque podem e precisam disso. Sinto uma terrível impotência ao saber que sou um peão do seu jogo, mas não desespero, sei por experiência que a verdade vem à tona, ainda que a história seja escrita pelos poderosos, os vencedores… por enquanto.

Sei que faremos mais barulho que eles, que nossos laços e solidariedade valem muito mais que seus meios e seus muros. Sigo acreditando agora mais que nunca na legítima autodefesa, no antifascismo, nxs irmãxs na rua, nas nossas lutas, na minha família, nos meus princípios.

Por tudo isso e mais, mesmo aqui, depois de tudo o que estou vivendo, continuo me sentindo afortunado, porque sei que conto com vocês, e vocês comigo.

Das masmorras, isolado, mas não só.

Rodri
02/01/2018

Fonte: La Haine
Tradução: Turba Negra